terça-feira, 3 de abril de 2007

19 de outubro de 2005

Adormece meu recomeço, desperta uma nova vida: nasce Rebeca!
Ainda não a conheço, mas já sinto que vou amá-la... Como sempre todos começam a desfiar suas ‘visões’ de como é a ‘pessoa’, enquanto a criança dorme tranqüila, talvez um pouco aborrecida por ter sido tirada de seu lugar confortável, quem sabe?...
“Não tem a orelhas do pai” – diz um (ainda bem!); “Nasceu ‘branquela’ como o tio” – salienta outro (desta, particularmente, não gostei muito); “É muito esperta!”; “Esperta nada, é ignorante como o resto da família” – esta é mesmo exagero, a criança ainda não pode ser tão ignorante como nós...
O importante é que mãe e filha passam bem...
O que mais me incomoda é este pensamento negativo que não me larga... Temia pelo bebê; O bebê está bem, não foi pra nenhuma incubadora, mas a mãe teve que esperar no centro de cirurgia. Então temi por minha irmã... Bobagem, procedimento padrão para assegurar-se que a anestesia geral não teve nenhum efeito adverso como paralisia. ‘Mas calma aí, se anestesia geral pode causar paralisia, como alguém se submete a ser anestesiado?’ De novo o negativismo...
Fazer o quê? Este sou eu, ou melhor, este ESTOU eu...
Às vezes sinto como se desse um passo avante, e dois de regresso... Mas que coisa maluca, como consigo ser tão complicado? Talvez seja um talento nato. Talvez algo que tenha demandado esforço ao longo da minha vida, e cuja reversão demandará esforço dobrado...
“Mas será que vale a pena tanto esforço? Por que não simplesmente prosseguir como estou” – Meu lado preguiçoso intui.
“Lutar pelos sonhos vale a pena! Viver de ilusão e não fazer qualquer movimento que lhe impulsione à realização, isto sim é totalmente inútil”.
Bem, assim sou eu, ser complicado em complicada fase de ‘descomplicação’.
EU SOU!

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