domingo, 1 de abril de 2007

Sobrevivente

Em uma noite como esta,
sem fim, sem eira nem beira,
sem estribeiras,
não espero sobreviver à minha fome de vida,
não anseio matá-la, mas conservá-la;
mantê-la comigo, sob o abrigo escancarado de meu sinismo incontido,
escondido até o momento do bote final.
Simplesmente não anseio, tampouco espero...
Experimento e me exaspero,
Dreno até a última gota de sanidade,
sacrificando-a aos deuses da infinita volúpia,
da angústia do jamais pleno e
infinito buscar...
do inchegado derradeiro,
o mais poderoso e verdadeiro
instinto de lutar
sem resistir à derrota,
mas jamais aceitando-a passivo.
Sobrevivente, amigo,
Solitário, liberto.
Infinito.

carvaggian - novembro de 2004

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