terça-feira, 3 de abril de 2007
Insensatez
E se eu dissesse que te sinto,
De verdade...
Você viria comigo?
E se eu dissesse que te preciso,
Minha não-paz de espírito,
Olharia em meus olhos mais uma vez?
Eu te vejo passear em meus pensamentos
E quase imploro, insensatez...
Fica comigo...
Se minhas palavras te feriram um dia,
Meu silêncio é hoje meu carrasco
Eu te pintei numa tela sem ondulações,
De falsa retidão, pretensiosos traços,
Quando na verdade são belas e sinuosas
As tuas imperfeições
Na verdade...
Ainda assim,
Você viria comigo?
Se estendesse o braço e sentisse queimar ao te tocar
Permitiria que me ferisse por mar em liberdade?
Eu me permito...
De que vale a segurança de um mundo vazio
Se a paixão é livre e sem compromisso?
Calma tempestade, eu te exorcizo!
De que vale o recato, o status,
Calma tempestade? fútil desembaraço...
Se na verdade...
Continuo sozinho?
Uma tela em branco implorando por teu traço...
Doce insensatez, eu te preciso...
Se meus passos rumassem ao teu encontro
E ansiassem a chegada mais que o próprio fim...
Você ficaria ao meu lado?
Permaneceria ao meu redor, dentro e fora, em mim,
Meu julgo, meu fardo, alívio imediato...
Minha dor, minha alegria, meu estandarte...
Meu repouso, meu sono atrasado...
Se eu te alcançasse...
Deixaria que eu ficasse?
Na verdade...
E se os céus impiedosos se precipitassem...
Como hoje o fazem...
Deixaria que eu ficasse?
Os dias passam, o tempo voa, tua voz ecoa em mim,
Doce insensatez,
Por mais uma vez...
Em verdade somos todos mentirosos, monstros indomáveis
Que mentem pra si mesmos pensando enganar o resto do mundo
Quando o resto é resto, é imundo...
Insonse, medíocre, inútil e esdrúxulo...
Na verdade...
Somos sós, os verdadeiros nós...
Paixão e loucura, a compor a plenitude em Ré maior
Como deveria ser...
Como tinha que ser desde o princípio...
Eu e você...
Melodia em Sol...
Sem Dó ou sustenido...
Dois amantes num templo perdido...
Doce insensatez, que me persegue, mas não acompanha,
Que flui através de mim, mas não se derrama...
Liberta meu espírito e deixa que a maior loucura de todas, por fim aconteça...
Que venha o amor,
Que venha...
Que venha o amor,
Assim seja!
Carvaggian – 20 de outubro de 2005
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