terça-feira, 3 de abril de 2007

14 de novembro de 2004

Mais um cigarro, mais uma madrugada frente à um monitor digital, incapaz de refletir o brilho ou a dor de meus olhos. Por um momento achei estar falando com alguém real, palpável... mas quem diria, era só mais um 'chat', só mais um bando de pós-aborrecentes tentando descolar uma transa virtual...
Será que em nossos dias e noites, estamos realmente fadados à uma rotina virtual, ilusória? O amor tornou-se virtual? O desepero, idem?
Mais uma tragada no cigarro e outro pensamento bobo vem à mente, traduzido no trêmulo digitar de meus dedos e inspirado pela canção sing, do Travis:
será toda esta nossa vida virtual?
será que não amamos quem achamos amar? será que acordamos a cada manhã para uma mentira cósmica, no intuíto de divertir os deuses acima do firmamento?
banalizamos à nós mesmos, e à tudo que realmente importa.
certa vez, conversando com um amigo, perguntei-lhe o quão intensa era sua ligação com a estagiária da biblioteca, já que a via quase todos os dias. Ele me disse: "o suficiente para que ela me entregue os livros de preciso, ora..."; perguntei-lhe então o quão intensa era a sua ligação com sua mãe, e ele estranhou, dizendo num tom de quase indignação: "ela é minha mãe, é a pessoa mais importante na minha vida!";
pois bem, pra quem você deseja "bom dia" todos os dias?
meu amigo não está sozinho nesta resposta, e eu, certamente, não sou seu único companheiro.
de qualquer maneira, preciso dormir.
não posso mais 'falar' com quem quer que esteja lendo isto agora, ou depois...por meio virtual, mas de tudo o que de real restou em meu coração:
Bom dia.


carvaggian - 14 de novembro, 03:44

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