terça-feira, 3 de abril de 2007

11 de outubro de 2005

Bem, é difícil começar qualquer coisa, principalmente quando já se começou tantas vezes; Mas afinal, e no final, mesmo o começo tem um início... Este é meu primeiro passo de número... ãh... bem, não sei e de qualquer maneira agora não importa.
Sabe, é engraçado pensar no começo das coisas... a maior parte da humanidade tenta descobrir e até morre ou mata para defender seu ponto de vista sobre o início de tudo... Mas, tão poucos costumam pensar sobre seu próprio começo... Foi uma selecionadora de uma agência de empregos que, durante uma dinâmica de grupo me chamou a atenção pra este fato:

- E você Fábio, sabe a origem de seu nome? – perguntou.
- Segundo as pesquisas da internet, meu nome significa “Fava” e tem origem latina, italiana... respondi.
- Sim, mas por que Fábio? Nunca perguntou aos seus pais porquê lhe deram este nome? – insistiu.
- Hã... Não sei... Acho que não...
- Você deveria – me alertou – é importante saber...

O engraçado é que isso aconteceu já há alguns anos e, até hoje, eu nunca perguntei.
Por que Fábio?
Por que eu?
A escuridão era mais densa do que é hoje em dia quando fecho os olhos. Não era simplesmente “negro” ou “escuro”. Era nada... ‘No colour’ como diz meu amigo iluminador. Era quieto e vazio e eu não consigo lembrar se antes estava sonhando antes. Lembro apenas que era escuro e silencioso. Então veio uma perturbação qualquer. Não lembro o que dizia exatamente ou o que senti quando veio, mas aquilo “me despertou” e então aconteceu!
Um mundo inteiro estava diante dos meus olhos. O quarto e cozinha nos fundos da casa de meus avós foram meu primeiro delírio lúcido deste ‘novo mundo’ – na verdade a primeira coisa de que me lembro era de olhar da cama de cima do beliche, e ver a cama de meus pais embaixo –. O que era tudo aquilo? A figura negra e bochechuda veio à minha frente e disse qualquer coisa como que para não me atrasar Era minha avó (ironicamente meu primeiro livro de ficção começa mais ou menos assim também; são tantos começos e todos iguais).
Não me lembro como levantei, mas o fiz. Chegando ao banheiro no cômodo contíguo (provavelmente levado por minha finada e rechonchuda avó) e então um segundo mundo se atirou em minha recém inaugurada percepção, sem qualquer trégua.
Era Eu, em frente ao espelho... Mas num outro dia, quem sabe num momento mais propício, eu volto nessa parte...

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