terça-feira, 5 de agosto de 2025

Sobre o tempo

Atrás de mim um homem de meia-idade geme,

Luta contra o próprio ar que respira,

Engasga, sufoca e grita, 

Enquanto encara aquilo que mais teme:

Sua própria efemeridade


Atrás de mim um coração solitário imagina,

Se valeu a pena as idas e vindas,

Se  foi próspera sua vida,

E se no fim o que vem assusta ou fascina:

Seu próprio eu, sua eternidade 


Atrás de mim, nada resta senão o enigma,

Quantos lembrarão do bem feito,

Quantos se agarrarão aos equívocos, o desprezo,

E o que restará para marcar sua passagem por esta sina:

Nada restará, esta é a verdade.


Eu Sou!

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