terça-feira, 9 de junho de 2009

Riso ébrio...

No fundo eu era assim! Eu, que caminhava pelo mundo, insulado em meu desprezo! Eu, que sentia o orgulho da inteligência e compartilhava dos pensamentos de Demian! Isso é o que eu era: lixo, escória, bêbado e mesquinho, repugnante e grosseiro, uma besta selvagem dominada por instintos asquerosos! Eu, que vinha daqueles jardins onde tudo era pureza, esplendor e esuave encantamento! Eu, que havia amado a música de Bach e as belas poesias! Penetrado de asco e de indignação, ouvia o meu próprio riso... um riso ébrio, desenfrado que fluía aos borbotões, estúpido. Aquilo era eu!

Hesse
Hermann - Demian.

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