domingo, 1 de abril de 2007

Velhos Hábitos - 1ª Parte

Fantasmas me perseguem,
grosseiros fantasmas, espectros de tempos esquecidos,
pelo menos deveriam assim estar...
ocultos num limbo onde já não vivo,
pelo menos não deveria mais viver,
talvez não viver mais.
Venho de outras eras; Abandonei-as, sem piedade;
e é sem piedade que estas me vem visitar,
talvez resgatar.
O que tinha eu lá?
Minha dor.
O que tenho eu aqui?
Dissabor.
Busca sem encontrar.
Indiferença.
E que diferença faz?
talvez não viver mais...
E aqui, o que há para abandonar?
Dissabor.
Busca sem encontrar.
E que diferença faz?
Em quê algo mudará?
Abandono-me pouco a pouco, à cada dia...
cada dia um pouco mais.
E que diferença faz?
Agora, amanhã, ontem...
na companhia dos que poderia abandonar,
na companhia de grosseiros fantasmas
que me vem resgatar,
fazer-me lembrar.
O que sou, a que vim e porque permaneço;
Porque não devo permanecer mais.
E que diferença faz?
Novamente visto-me de limbo,
névoa do lugar onde costumava morrer,
onde vida tinha algum significado,
emprestado pelo fato de não viver.
Busca sem encontrar,
mas ainda assim essencial "buscar".


carvaggian

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