terça-feira, 10 de abril de 2007

Eterno 'self'

“Este sou eu, um 'self' que compartilha da matéria insensível, e eu, saído da matéria muda a morrer. Era eu, então, o verde vigor da vinha, e eu, no meio das folhas murchas que morreram. Era eu, aquela onda vibrante nas veias dos animais, e eu, purgado pela morte, a erguer-me novamente. Este sou eu agora, o homem, que deve morrer, mas o “eu“ irá sempre erguer-se, até estar de braço dado com a asa dos anjos, a lidar com as alturas estreladas. Mas mais alto ainda que as asas dos anjos podem elevar-se, o “eu“ irá erguer-se, sempre em busca por mais, até despedir-se das asas dos anjos, para além dos limites das palavras, a erguer-se, desaparecendo além do alcance da imaginação. E plena de contentamento será a passagem para além de todas as coisas, a eterna liberação que a morte finalmente traz. Pois está escrito que quando a morte entoar seu refrão final, todas as coisas passarão e só a Face permanecerá“

Mevlana Jalaluddin Rumi

Nenhum comentário: